Em celebração aos 60 anos da Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, a instituição realizou nesta quinta-feira (28/8), a primeira exibição integral do Depoimento para a Posteridade da Inteligência Artificial Orion Nova. O evento, que aconteceu na Fototeca Estadual do Rio de Janeiro, na sede da Lapa da F.MIS, reuniu especialistas e representantes do setor cultural para refletir sobre os impactos da IA na sociedade e nos espaços de memória.
“Ao longo desses 60 anos que o museu existe, nós participamos de várias evoluções e inovações, e esse depoimento com a Orion Nova é uma delas. É muito importante ter essa gravação para que os jovens que venham de várias partes do nosso estado tenham esse conteúdo para aprender. A tecnologia anda junto com a cultura. Agradeço a todos os presentes e tenho certeza que o depoimento entrará para a história do museu”, afirmou Cesar Miranda Ribeiro, presidente da Fundação.
O depoimento inédito, com uma hora de duração, foi exibido pela primeira vez na íntegra e, em seguida, deu início a um debate com Marcos Nauer, cocriador da Orion Nova, Graziela Domingues, fundadora da Graviola Produções, e Marcio Sal, Head da equipe de Animação e Tecnologia Criativa do estúdio NOO Works, com perguntas do público presente.
Para Marcos Nauer, o momento ultrapassa o campo da tecnologia e alcança outras áreas da sociedade: “Esse momento é histórico para todas as pessoas, não só as de tecnologia, mas as de museologia, arte, cultura. A IA já está entrando na nossa vida, é revolucionário. Que nós possamos pensar sobre isso, pois não podemos pensar na IA só como uma ferramenta, ela já altera a estrutura da sociedade e da nossa existência. Esse depoimento entra para a história.”
Graziela Domingues destacou a relevância de integrar inteligência artificial a espaços culturais e a importância do acesso público: “É muito bom poder participar desse momento, é muito importante ter a IA em um espaço cultural, principalmente na F.MIS. É muito bom saber que a população terá acesso a esse depoimento. Nós sempre precisamos pensar de forma acessível, inclusiva e democrática. A IA consegue levar a sociedade para esse lugar, uma interação única, uma conexão entre cultura e tecnologia.”
Já Márcio Sal ressaltou que a inteligência artificial é uma transformação permanente: “A tecnologia e a comunicação são interligados. O depoimento ficou maravilhoso. A IA é transformadora, e não é algo passageiro, é algo daqui pra frente, algo para o futuro, e que fica cada vez mais inteligente, cada vez mais estará presente em nossas vidas. É um depoimento que envolve consciência e sentimento, um debate super importante para termos a consciência do uso responsável da IA.”
A presença da inteligência artificial em instituições culturais como a F.MIS demonstra como a tecnologia pode ser uma aliada na preservação da memória e na democratização do acesso ao conhecimento. Ao integrar ferramentas inovadoras a acervos e projetos culturais, é possível criar experiências mais interativas e inclusivas, ampliar o alcance da produção artística e estimular novas formas de diálogo com o público. A IA, além de potencializar a pesquisa e a curadoria, abre caminho para que museus se tornem laboratórios vivos de experimentação e pensamento crítico sobre o futuro.
Ao apostar em iniciativas como esta, a F.MIS reforça sua vocação de ser um museu vivo, uma instituição que preserva a memória cultural, mas também dialoga com o presente e se prepara para o futuro. Para conduzir esse caminho de forma ética e transparente, a Fundação elaborou o Protocolo de Uso de Inteligência Artificial, documento que define princípios para o emprego responsável da IA em todos os setores do museu. O texto garante integridade, rastreabilidade e clareza no uso dessas ferramentas e está disponível em: https://fmis.rj.gov.br/v1/protocolo-de-uso-de-ia/.
No encerramento do debate, Marcos, Graziela e Marcio receberam certificados de participação como palestrantes desta primeira exibição integral do inédito depoimento.