A partir deste mês, 70 professores do ensino fundamental das redes públicas e privadas de Vassouras, Mendes, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin e Areal participarão do minicurso “Território Cultural – Educação para o Patrimônio Cultural”, na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio. A iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SececRJ), através da Escola Estadual da Cultura, em parceira com o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), articula teoria e prática para fortalecer a identidade local e valorizar as culturas vivas dos territórios fluminenses.
Com duração de quatro meses, o curso contará com encontros mensais de 4h cada. O primeiro encontro, realizado na última terça-feira (26), abordou “O que é Patrimônio Cultural”, e nas próximas aulas, que serão realizadas nos dias 23 de setembro, 30 de outubro e 26 de novembro, serão debatidos temas como Patrimônio Cultural Material e Imaterial, além da realização de mentoria para os participantes.
– Ao promovermos o curso Educação para o Patrimônio Cultural, reafirmamos o compromisso do Estado em valorizar a identidade e as memórias coletivas dos territórios fluminenses. Formar professores nesse campo é garantir que as novas gerações reconheçam, preservem e se orgulhem da riqueza cultural do Rio de Janeiro, fortalecendo vínculos e multiplicando saberes em sala de aula e nas comunidades – explica Danielle Barros, secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.
Todos os encontros serão realizados na Sede da SececRJ, localizada na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio. Os participantes poderão contar também com transporte gratuito, através do programa Passaporte Cultural RJ, que garantirá o acesso pleno dos educadores à formação.
A proposta reafirma a escola como espaço de escuta, valorização da diversidade e reconhecimento do patrimônio cultural como instrumento pedagógico. Em especial, o projeto visa a formação cidadã e a identidade territorial, promovendo o diálogo intergeracional e o fortalecimento dos vínculos comunitários.
– A ideia do curso nasceu em 2024 a partir da união entre a Escola Estadual da Cultura e o Inepac. Ano passado, tivemos a primeira edição do curso, que contemplou professores de municípios da Costa Verde, como Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba, e neste ano, estamos disponibilizando a iniciativa para educadores de municípios da Região Centro-Sul fluminense. A escolha do público alvo, no caso, os professores das redes públicas e privadas de ensino, parte do entendimento desses profissionais como agentes multiplicadores da educação para o Patrimônio Cultural em seus territórios – declara Cláudia Vianna, subsecretária de Formação, Acesso a Equipamentos Culturais, Difusão e Inovação.
Sobre o curso
As aulas serão ministradas por profissionais do Inepac, especialistas em patrimônio e educação: Evandro Carvalho, Mestre em Projetos Culturais e Doutor em Estudos Culturais; Leon Araújo, Doutor em História; e Sérgio Linhares, Mestre em Educação e Patrimônio Cultural. Os profissionais reforçam a importância da inclusão da agenda de Educação para o Patrimônio Cultural no ambiente técnico dos órgãos de preservação do patrimônio e a realização do curso como uma via de mão dupla entre o Instituto e os participantes.
– Aqui a gente pode oferecer, na medida da nossa possibilidade, instrução e capacitação. Passar informações do Inepac para o interior, mas também receber o conhecimento sobre o patrimônio cultural que está em cada comunidade. Ouvir de cada professor o que é o patrimônio sob o ponto de vista deles. Então, é uma via de mão dupla. O objetivo do curso é fazer com que o patrimônio que existe nos locais de onde eles vêm seja tão valorizado quanto qualquer outro patrimônio reconhecido oficialmente pelo Estado, no caso, pelo Inepac, e sensibilizar para a valorização do patrimônio local com que eles se relacionam e admiram – explica Evandro Carvalho.
A formação promove a aplicação de duas metodologias inovadoras em sala de aula: o Inventário Pedagógico Participativo, que adapta os instrumentos técnicos do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) para a linguagem escolar, e o Mapa Cultural Afetivo Intermunicipal, inspirado na cartografia afetiva. Ao longo dos encontros, os professores serão capacitados para realizar o mapeamento de bens culturais (materiais e imateriais), memórias e práticas significativas de suas comunidades, junto aos alunos.
– A iniciativa de capacitar os professores para trabalharem com Patrimônio Cultural é muito rica porque quanto mais a gente compreende esses conceitos, melhor a gente pode desenvolver um trabalho com as crianças e adolescentes, ensinando eles a valorizarem o Patrimônio Cultural, que é aquilo que tem valor afetivo para eles. Essa é a melhor forma de preservar aquilo que é nosso e permite um resgate da identidade e ancestralidade através de memórias afetivas. É especial poder levar esse trabalho para as crianças desde pequenas e ainda expandir essa consciência para toda a comunidade, preservando aquilo que é nosso e tem muito valor para nós – relata Tatiana Pinheiro de Oliveira, professora da rede pública de Vassouras.
Ao final do curso, em novembro, os professores apresentarão a Mostra Final “Território Cultural”, onde irão compartilhar com o público os produtos desenvolvidos nas escolas: cadernos de inventário, mapas simbólicos, vídeos, apresentações artísticas e maquetes representando a riqueza cultural dos municípios envolvidos.
Projeto Território Cultural: Qualificação Profissional
Além da capacitação para professores do ensino fundamental de Vassouras, Mendes, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin e Areal, o projeto Território Cultural também está promovendo oficinas de qualificação profissional abertas ao público. O “Território Cultural: Qualificação Profissional”, iniciativa da SececRJ, através da Escola Estadual da Cultura, em parceria com o SENAC RJ, convida gestores e técnicos culturais a participarem de rodas de conversa que acontecem em cinco cidades-polo do estado.
O objetivo da iniciativa é ouvir os fazedores de cultura e mapear desafios, necessidades e potencialidades para fortalecer a gestão cultural nos territórios fluminenses. Os primeiros encontros foram realizados em Friburgo, Santo Antônio de Pádua e Campos, nos dias 25, 26 e 27 de agosto, respectivamente. Confira o calendário dos próximos encontros:
01/09 às 15h – SENAC VOLTA REDONDA – Rua Gov Luiz Monteiro Portela, 251 – Aterrado04/09 às 15h – SENAC RIO DE JANEIRO – Av. Mal. Floriano, 6 – Centro, Rio de Janeiro