A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu, nesta segunda-feira (21), a 5ª edição do Prêmio EMERJ Mulheres do Ano. A juíza Ana Beatriz Estrella, diretora-adjunta da AMAERJ, representou a Associação no evento, em que cinco personalidades foram agraciadas com o Troféu Romy, entre elas as desembargadoras Maria Angélica Guedes, 2ª vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), e Myriam Medeiros, filha da jurista Romy Medeiros (1921-2013).
Compuseram o dispositivo solene o ministro Antonio Saldanha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); os desembargadores Ricardo Couto, presidente do TJ-RJ; Claudio Brandão, corregedor-geral da Justiça; Cláudio Dell’Orto, diretor-geral da EMERJ; Ana Maria Pereira de Oliveira, Patricia Serra Vieira e Maria Aglaé, integrantes do Conselho Consultivo da EMERJ.
Também estiveram na cerimônia três ex-presidentes do TJ-RJ, os desembargadores aposentados Sérgio Cavalieri Filho (2005-2006) e Leila Mariano (2013-2014) e o desembargador Henrique Figueira (2021-2022); e a 1ª tesoureira da AMAERJ, desembargadora Márcia Succi.
Além das magistradas do TJ-RJ, foram premiadas a juíza federal, Adriana Cruz, secretária-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); a deputada estadual Tia Ju, 2ª vice-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj); e a atriz e apresentadora Cissa Guimarães.
O Troféu Romy é uma distinção que homenageia à carioca Romy Medeiros (1921-2013), jurista que dedicou-se intensamente à causa feminista e aos direitos das mulheres. Especialista em Direito da Família, ela foi autora da revisão da situação da mulher casada no Código Civil Brasileiro.
Magistrada há 35 anos, a desembargadora Maria Angélica Guedes já presidiu a Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CEJEM). Durante a cerimônia, após receber o prêmio, discursou sobre a posição da mulher na sociedade ao longo da história, destacando a sub-representação feminina nos Poderes e a relevância da participação feminina no Judiciário.
“Aqui no Tribunal somos 342 magistradas, 78 desembargadoras. Muitas das comissões que mais se destacam nesse tribunal estão nas mãos das mulheres. Nós temos na mão de uma mulher a Mútua dos Magistrados. A AMAERJ está nas mãos de uma mulher”, disse a 2ª vice-presidente do Tribunal de Justiça.
Filha de Romy Medeiros, a desembargadora aposentada Myriam Medeiros dedicou três décadas de sua vida à Magistratura. Em seu discurso, relembrou algumas das contribuições de sua mãe ao Poder Judiciário e suas qualidades mais marcantes, destacando sobretudo a sua coragem.
Ao receber o troféu, comentou: “Estou orgulhosíssima, felicíssima”. Dirigindo-se a todas as mulheres presentes na cerimônia, encerrou sua fala dizendo: “Mulheres, vamos adiante: ainda há muita coisa a ser feita”.
O diretor-geral da EMERJ, desembargador Cláudio Dell’Orto, presidiu a cerimônia e relembrou a trajetória de Romy Medeiros, que teve enorme participação na consolidação dos direitos das mulheres brasileiras.
“O legado de Romy transcende sua atuação jurídica, ela foi uma verdadeira arquiteta de mudanças sociais, uma mulher que soube usar o Direito como instrumento de transformação. Em tempos em que os direitos das mulheres ainda enfrentam desafios, lembrar de Romy Medeiros é reafirmar a importância da luta feminista e da participação ativa das mulheres na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O prêmio que leva seu nome é mais que uma homenagem: é um chamado a continuidade de sua missão”, afirmou.
A entrega dos troféus foi precedida por uma apresentação de música jazz performada por quarteto que contou com a participação de dois magistrados: o desembargador Wagner Cinelli no teclado e o juiz Carlos Saraiva no baixo. Na percussão, Mila Schiavo e, no saxofone, Tino Junior. A escolha do gênero musical não foi aleatória: tanto a história do jazz quanto a da luta feminina carregam como fortes marcadores a transformação e a resistência ao longo dos anos.